Nossa Senhora da Conceição da Escada
Antiga devoção mariana popular de Portugal e do Brasil, ligada ao mar
Uma das primeiras devoções instalada no Brasil quando ainda colônia de Portugal foi para Nossa Senhora da Conceição da Escada. Portugal era um país forte em suas navegações entre os séculos XV e XVI e desbravando continentes e unificando o mundo. A devoção de seu povo também não era menor àVirgem Santíssima. Consta que em meados de 1147 havia uma imagem de Nossa Senhora da Conceição em uma capela que ficava às margens do Rio Tejo. Era, portanto uma referência para que os marinheiros pudessem, antes de suas viagens, solicitar a sua proteção e benção. Topograficamente, a margem do rio naquele ponto era elevada, e para que os marinheiros pudessem alcançar a imagem da santa, deviam percorrer 31 degraus de escada. Com o passar do tempo, a imagem recebeu a denominação de Nossa Senhora da Conceição da Escada. Sendo Portugal um país de forte apelo marítimo, logo a santa passou a ser uma das mais veneradas pelo povo que realizavam procissões de barco, descendo o rio Tejo até chegar em sua capela. No período dos grandes descobrimentos, a fé Católica se expandiu na mesma proporção do surgimento de novos lugares a serem desbravados e os portugueses se preocupavam em ensinar as verdades da fé cristã aos habitantes locais das novas colônias. Como dois dos primeiros locais a serem colonizados em nosso País foram a Bahia de Todos os Santos e zonas na região próximas ao litoral de São Paulo é compreensível que aí se encontrem as duas capelas dedicadas aNossa Senhora da Escada. As devoções marianas florescem naturalmente quando Nossa Senhora distribui suas graças, valendo-se, por exemplo, de uma imagem sob esta ou aquela invocação. E se o povo é verdadeiramente piedoso, costuma corresponder a essas graças, propaga-se naturalmente a devoção Àquela que o sustenta nas duras lutas da vida. Em 1531 um terremoto destruiu a capela, que foi reedificada. Mas como a devoção começou a decair aos poucos, permitiu Nossa Senhora que novo terremoto em Lisboa, mais terrível que o anterior, destruísse o pequeno templo em 1755. Nos dois casos, os edifícios que abrigavam a imagem foram destruídos, salvando-se contudo, milagrosamente, entre as ruínas, tanto a efígie mariana como o altar em que ela se encontrava. A decadência do culto a Nossa Senhora sob essa invocação havia chegado a talponto, que a capela da Escadanão foi mais reconstruída. Por isso, a primitiva imagem foi levada para o templo de Nossa Senhora das Mercês em Lisboa, onde se encontra até hoje.
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