quinta-feira, 27 de novembro de 2014

NOSSA SENHORA DO SIÃO

Nossa Senhora do Sião



O jovem Afonso Ratisbone pertencia a uma rica família israelita. Jovem e boêmio, dizia-se ateu. Certa feita empreende longa viagem ao Oriente e resolve passar alguns dias em Roma, onde ao ver a degradação dos judeus no “gueto” romano teve seu ódio aos cristãos ativado. Após visitar todos os pontos históricos e artísticos da capital italiana decide ir à casa de um amigo protestante que há tempos não via. Ao entrar, porém, em sua residência, o empregado equivocou-se e levou-o à presença do irmão desse amigo, o barão de Bussiéres, fervoroso católico, há pouco convertido do protestantismo. Conversavam amigavelmente e após alguns minutos, entre ambos, uma forte discussão sobre religião. O barão teve uma ideia: colocou no seu pescoço a “Medalha Milagrosa”. Ratisbone protestou, mas aceitou educadamente o presente e concordou ainda em copiar a famosa oração à Virgem, o “Lembrai-vos”.
No dia seguinte, Ratisbone encontrou-se por acaso com o barão em frente a uma Igreja; e para fazer-lhe companhia, entrou no templo. Depois de alguns minutos, cansado de esperar pelo amigo que se dirigira à sacristia, o judeu correu a Igreja com os olhos para ver se encontrava alguma obra de arte, mas, uma visão deslumbrante prendeu-lhe a atenção.
Uma senhora de porte majestoso, adornada de roupas alvíssimas e com um manto azul sobre os ombros, mais luminosa do que o sol e olhando-o com inefável doçura, parecia ter os braços abertos inclinados para ele. Sem saber como, o ateu ajoelhou-se na capela. Procurou erguer os olhos, mas a Virgem da Medalha levantou duas vezes a sua mão e colocou-a sobre a cabeça de Afonso, obrigando-o a abaixá-la. Neste ínterim, o barão, apreensivo por ter feito seu companheiro esperar por muito tempo, procurou-o pela Igreja e viu Ratisbone de Joelhos e imóvel. Impressionado, olhou-o de perto e percebeu que seu rosto estava pálido e banhado em lágrimas. O barão abraçou-o soluçando e pediu para falar com o padre a quem suplica o Batismo após relatar o acontecido e diz: ”Ela nada me disse, tudo compreendi”.
Após alguns dias de instrução religiosa, Ratisbone foi batizado. Quando o padre perguntou-lhe o nome, Ratisbone respondeu: ”Maria” passando assim a ser chamado Afonso Maria Ratisbone. Abandonou o noivado, e após 10 anos foi ordenado sacerdote. Este fato ocorreu em 1842, e assim surgiu a ideia de fundar uma congregação religiosa destinada a trabalhar pela conversão do povo de Israel.
O padre Teodoro Ratisbone, irmão de Afonso Ratisbone, procurava imaginar um novo título para a “Rainha do Céu”, certo dia após celebrar a Santa Missa , quando rezava “Ação de Graças” , a primeira palavra que se viu foi: ”SION” Este nome bíblico se harmonizava muito com a obra iniciada pelos padres, assim se deu o nome à Congregação Nossa Sra. de Sion.
A Imagem é representada de pé, com a vestimenta das mulheres de Israel, tendo sobre a cabeça uma coroa de quatro pontas. Segura nas mãos o Menino Jesus, de costas para sua Mãe. A atitude da Virgem de Sion oferecendo o menino Jesus significa: Toma-O e leva-O para os teus irmãos e meus filhos”.

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